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Distribuição

          Após a absorção, o fármaco é levado até o seu alvo através da corrente sanguínea. O fármaco pode então se distribuir do líquido extracelular (plasma) para os líquidos intersticial e intracelular devido a propriedades tanto do organismo, quanto propriedades físico-químicas da substância.

         

          A distribuição de um fármaco pode ser representada por um modelo multicompartimental, em que o fármaco se distribui com velocidades diferentes a diversos tecidos. Além disso, fatores como o fluxo sanguíneo, lipossolubilidade e redistribuição podem afetar a distribuição desse fármaco.

         

       Muitos fármacos devem se ligar a proteínas plasmáticas para ser transportados, ligando-se principalmente a albumina (fármacos ácidos) e a α1-glicoproteía ácida (fármacos básicos). Essa ligação a proteínas plasmáticas deve ser fraca e reversível uma vez que uma substância fortemente ligada a essas proteínas tem pouco acesso a locais de ação intracelulares.

       

     Deve-se ressaltar que a distribuição de fármacos para o Sistema Nervoso Central (SNC) é mais difícil. Isso se deve a dificuldade desses em ultrapassar a barreira hematoencefálica devido a presença de células edoteliais justapostas, a presença de proteínas MDR ATP-dependentes no SNC que expulsam fármacos de dentro das células, a presença de astrócitos no SNC e, além disso, a baixa concentração de proteínas plasmáticas no líquor.

 

          O volume de distribuição (Vd) é um parâmetro farmacocinético que consiste na relação entre a quantidade de fármaco no organismo em diferentes tecidos e a concentração plasmática do mesmo. Esse é um parâmetro importante a medida que reflete o quanto o fármaco em questão se distribuiu. Dessa forma, quando maior o Vd, mais esse fármaco se distribuiu e quanto menor o Vd, mais esse fármaco permaneceu no plasma, fenômeno que acontece com moléculas hidrossolúveis, por exemplo.

 

          Para a determinação da faixa de concentração plasmática em que o fármaco começa a apresentar efeito e a partir de qual concentração esse fármaco passa a apresentar efeitos tóxicos deve-se estabelecer a janela terapêutica. Esta é importante para a definição da posologia de um fármaco à medida que, caso o fármaco não alcance a janela terapêutica, este não apresentará efeito e, caso a ultrapasse, ocorrerão efeitos indesejados.

 

          Outro parâmetro importante relacionado a distribuição de fármacos é o tempo de meia-vida. Esse parâmetro é definido como tempo em que a concentração plasmática de uma substância seja reduzida à metade. No tempo de 4 ou 5 meias-vidas aproximadamente ocorre um fenômeno denominado Equilíbrio Dinâmico. O Equilíbrio dinâmico é definido como o tempo necessário para que a concentração de um fármaco se mantenha constante a partir do momento em que este é administrado por qualquer via em dose única ou múltiplas doses. A administração de múltiplas doses após o equilíbrio dinâmico não faz com que a concentração plasmática desse aumente, mas tem como objetivo substituir as moléculas da substância que foram eliminadas desde a dose anterior, mantendo a concentração plasmática da substância constante.

 

          Para algumas substâncias, o equilíbrio dinâmico não é alcançado, fenômeno denominado Cinética de Saturação ou Ordem 0. Nesses casos, a concentração plasmática tende a sempre subir em função da dose e o efeito desse fármaco e a concentração plasmática dependem diretamente de enzimas que o metabolizam.

 

Por Stéphanie Mello

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